Das diversas Romarias no concelho de Cinfães, destacam-se S. João Baptista, N.º Senhora das Graças, Senhor dos Remédios, Senhor dos Enfermos, Senhor dos Desamparados, S. Cristóvão, Santa Luzia, entre outras.
Eis alguns dos trajes usados pelos Cinfanenses quando iam a essas Romarias.
Para ir à festa ou romaria, as preocupações redobravam; tanto nas cores como na qualidade dos tecidos, como também nos complementos: as arrecadas, os cordões, as voltas, as belas moedas pendentes; os bonitos aventais bordados à mão ou feitos expressamente no tear; o rico lenço de seda que até ia ao altar, mas também o de lã, para a Missa e para a festa; o magnífico xaile de merino, simples ou bordado, com soberbas franjas pendentes de fio ou de fita; a blusa de seda, de lã, de daguinha, com rendas, entremeios e laços; as saias de armur amarelo-torrado ou verde; os coletes exteriores debruados a vermelho e muitas vezes bordados a fio de seda, para apertar os seios como impunha o recato das moças do interior; os saiotes de baeta, encarnados para todas as raparigas, amarrados em baixo na ocasião das regras; as chinelinhas de verniz, simples ou com enfeites diversos.
O traje significou sempre a grande preocupação da gente pobre da nossa região e mesmo daqueles que, sendo ricos, o eram sobretudo em produtos da nossa terra. Daí os cuidados e trabalhos com tudo o que a lã e ao linho dizia respeito e as preocupações que sempre dispensavam às peças do seu vestuário logo desde a confeção.
A mulher durante o trajeto, para evitar sujar a saia, levanta esta mostrando o saiote de crochet. Na volta, traz à cabeça a melancia que comprou na Romaria ou o cabaz da merenda.
O homem com o tradicional fato de surrobeco preto ou castanho, traz, a enfeitar o chapéu ou a carapuça, a imagem do Santo, como prova da esmola que ofereceu à Santa e uma flor de papel, como recordação da Romaria
A mulher da região Cinfanense era recatada no vestir, obedecendo os seus trajes a regras difíceis de ultrapassar.