Fique a conhecer um pouco mais do nosso grupo. Quando foi fundado, os seus constituintes, o meio que o rodeia, as nossas músicas, os nossos trajes e instrumentos.
Um Presidente, um Vice-presidente, um Secretário, um Tesoureiro e três Vogais.
O grupo possui na totalidade de quarenta e oito dançadores, entre homens, mulheres e crianças.
Fazem parte do grupo dois cantores que são normalmente acompanhados pelo coro.
Na tocata figuram concertinas, violino, violões, cavaquinho, ferrinhos, flauta de cana e bombo.
Dois pastores, um transporta consigo a manta, o cajado e a cabaça e o outro a caroça com os respetivos plainitos. A pastora vestida com capa da serra do Montemuro, feita artesanalmente e que traz consigo a roca, o fuso e a cesta onde transporta a lã e a merenda que leva quando vai para o monte.
Traje de ir à festa, recolha feita pelo escritor Abel Simão Botelho no lugar de Aveloso, freguesia de Tendais e descrito no romance as Fritadas, etc.
O Grupo Folclórico de Cantas e Cramóis, fundado em Maio de 1949, (dois anos após a vinda a este Concelho do Professor Vergílio Pereira recolher elementos etnográficos para a sua obra "O Cancioneiro de Cinfães", pelos já falecidos Srs. Fernando Barbedo e Augusto do Amaral, sendo este último, desde a fundação do Grupo, o seu Diretor Artístico, até ao seu falecimento em 14/07/80.
O Grupo mantém plena atividade desde a sua fundação. Porém, no ano de 1957, houve um cortejo de oferendas a favor do Seminário Maior da Diocese de Lamego (Seminário Novo) e então a sr.ª D. Laura, irmã do sr. Fernando Barbedo, falecido em Dezembro de 1955 e um dos fundadores do Grupo, quis que o Sr. Augusto do Amaral fizesse umas músicas religiosas e profanas e ensaiasse com os componentes do Grupo as cantigas e danças para a realização desse tal cortejo.
No entanto, num dos ensaios uma arrelia entre alguns componentes que não se relacionavam familiarmente, provocou o abandono dos ensaios do Sr. Amaral (Diretor Artístico e Presidente do Grupo).
O cortejo realiza-se e logo a maior parte dos componentes, como não poderia deixar de ser, solicita ao Sr. Amaral o regresso, para que continuasse o “Cantas e Cramóis” a ser Grupo (Diz-se a maior parte, porque só não regressaram os componentes familiares daqueles que provocaram as quezílias nos ensaios do cortejo realizado a favor do Seminário de Lamego).
Refeitas as “contas” e satisfeitos os ensejos daqueles que fundaram o Grupo Cantas e Cramóis, eis que se começa de novo a ensaiar, tendo a partir de então sido atingido o seu auge, visto que era chamado para todos os pontos do País, para participar em festivais Internacionais, nacionais e festividades várias.
Vivia o Grupo este fulgor quando o Sr. Augusto do Amaral foi acometido duma doença que o deixa no leito durante largo tempo (tendo chegado até a estar hospitalizado), surpreendendo-o nesta situação a morte da esposa, o que naturalmente o deixa pior.
Este facto desmoraliza o Grupo que sofre a pior consequência e desânimo, porque não encontrava ninguém experiente que orientasse o trabalho do Grupo.
Mesmo assim, o Grupo com a orientação do elemento mais velho e que já era promissor ensaiador, o Sr. Alberto Resende, mais conhecido por “Fogo” - ia fazendo algumas saídas. Este lamentável acontecimento é aproveitado pelos dissidentes do Cantas e Cramóis que resolvem formar um outro Grupo, ao qual deram o nome de Rancho Regional Flores da Nossa Terra, e que mais tarde veio a sofrer outras alterações de nome mais popular, de “Rancho Novo”.
O Cantas e Cramóis, porém não pára a sua atividade, embora esmorecido com o deambular dos acontecimentos e “abanado” um pouco com o aparecimento de um outro grupo folclórico na mesma aldeia.
Em Maio de 1979, o Cantas e Cramóis fazia 30 anos de existência, tendo sido feita uma festa familiar de aniversário. Antes porém e em reunião da Direção e dos seus poucos sócios fora acordado, que dever-se-ia nomear nova Direção com elementos jovens e com maiores capacidades e a oportunidade de dedicarem ao Grupo toda a atenção que ele muito necessitava.
Organizada a nova Direção e colocada a sufrágio dos elementos do Grupo, foi unanimemente a notícia acolhida de bom agrado, tendo então sido distribuídos os respetivos cargos da nova Direção.
Em virtude de todos os seus afazeres, a Direção leva, dentro dos seus possíveis e com toda a dedicação e carinho que o Folclore merece, o Grupo a vários espetáculos e Festivais.
Em 1988, o grupo sofre uma crise diretiva e pensa-se no pior. Eis então que surge a ideia de contactar alguns dos responsáveis da Associação de Cultura e Desporto de Cinfães e que têm demonstrado há uns anos esta parte unidade, bem como trabalho na dinamização cultural do Concelho de Cinfães, para que estes assumissem os destinos do Grupo.
A ideia concretiza-se e aliada aos objetivos que a A.C.D.C. tem para com simpatizantes e amigos, conseguiu-se uma Direção, independente daquela coletividade que de imediato procura organizar todo processo e inteirar-se dos usos e costumes da região, fazendo as necessárias recolhas etnográficas dentro do concelho de Cinfães permitindo assim dar qualidade ao trabalho a desenvolver.
Hoje pensamos terem sido atingidos os primórdios condimentos que um grupo deve “sonhar” ou seja união e dinamismo garantindo o trabalho de nossos antepassados e a dimensão do Cancioneiro de Cinfães.
Foram fundadores do Grupo os srs. Fernando Barbedo e Augusto do Amaral.
Quando o Grupo se formou começou com as cantigas e danças recolhidas pelos seus responsáveis e que se dançavam em bailes da região. Entretanto a Câmara ofereceu ao Grupo o Cancioneiro de Cinfães, obra do Prof. Virgílio Pereira, donde se tem aproveitado algumas das letras e músicas ali escritas exceto aquelas que, foram recolhidas e feitas pelo fundador do Grupo, o Sr. Augusto do Amaral, como é o caso do Malhão das Pias.
O grupo interpreta do Cancioneiro de Cinfães algumas cantas e cramóis.
As “cantas” eram cantigas características do “erguer da faina”. Findo o trabalho árduo dos campos, depois duma breve pausa, destinada a endireitar o tronco e a tomar fôlego, “botavam-se” as cantas.
São invariavelmente cantos largos e repousadas, não só porque encerravam os trabalhos do dia, mas também porque se destinavam a ecoar o mais longe possível, para o outro lado do Rio Douro, donde sempre vinha uma canta de resposta. É por isso, por se destinarem a chegar longe, que as cadências, mesmo as intermédias, têm longas suspensões (que se assinalam musicalmente com a chamada “fermata”).
Normalmente, eram cantadas por mulheres e raparigas, mas os homens e os rapazes também participavam muitas vezes.
Uma característica exclusiva da canta é o “falsete”, uma voz aguda que se sobrepõe a uma terceira e, por vezes, uma quinta à chamada “voz natural”, ou “voz principal”, isto é, à melodia propriamente dita.
As cantas são também conhecidas por “cantaréus” (mais a montante do rio) e por “cantarolas” (do outro lado do rio).
De feição semelhante são os “cramóis”, ainda recordados na Gralheira., com três vozes: a voz principal (melodia propriamente dita), a segunda voz (3.ª superior) e o falsete (5:º melodia). Resta saber se a 5.ª precedeu a 3.ª ou se foi a 3.ª que sugeriu a 5.ª como “segunda voz” da 3.ª. Em termos históricos e sucintos, a mistura do Gymel da Europa do Norte e do Organum da Europa do Centro e Sul está aí presente, com a sua carga de mil anos.
É um instrumento musical de cordas dedilhadas que se presta tanto para o acompanhamento de cantores como para solo. A maioria dos violões é de madeira leve. A caixa acústica tem a forma de oito e o tampo pode ser planos ou abaulados. As cordas do violão são de bronze, nylon ou aço, e normalmente em número de seis, embora alguns instrumentos contenham quatro ou doze. São esticadas ao longo do braço, ficam presas no cavalete e, na extremidade superior, são enroladas nas cravelhas existentes na cabeça do instrumento.
Fique a conhecer todos os elementos que constituem o nosso grupo.
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